quarta-feira, outubro 25, 2006

Coimbra à noite

Amo Coimbra. Adora-a com tudo o que tem de bom e de mau. Mas, de tudo, o que eu mais gosto é de andar pela cidade à noite... Coimbra é doce, subtil e misteriosa à noite. E linda! Mais linda ainda!

domingo, outubro 15, 2006

O milagre que falhou

Reza a história que, há muitos anos, dois irreverentes estudantes da Universidade de Coimbra decidiram roubar tantas louças e talheres quanto possível do Chá Dançante. Terão passado a noite a reunir o espólio, que esperavam conseguir transportar para a república onde habitavam debaixo das capas.
Saíram então do Chá Dançante e encaminharam-se para a sua residência, com o fruto do furto escondido debaixo das capas e com a habitual postura divertida. No caminho, tiveram a infelicidade de passar por um guarda. Ciente dos seus deveres e vendo que os estudantes ocultavam algo dentro das capas, o polícia perguntou-lhes:
_ O que é que levam no regaço?
Da forma como foi colocada, a questão apelava claramente ao espírito Coimbrão, ou não conheçamos todos a célebre cena da Rainha Santa e do milagre das rosas…
Um dos estudantes não se fez rogado: abriu as mãos, e consequentemente a capa, e as louças caíram no chão com um enorme estardalhaço… O rapaz exclamou apenas, mantendo o ar bonacheirão:
_ Oh, o milagre falhou!

segunda-feira, outubro 09, 2006

A CIC na Solum

Andávamos aos tropeções pelos corredores, porque os familiares paravam a cada passo para cumprimentar alguém conhecido. Nós? Nós também víamos os amigos da escola, embora fosse noite. Lá iam, pela mão dos país, a tropeçar noutras pessoas como nós. Corríamos, aos encontrões, em busca de brindes de todas as cores, feitios e utilizações. Na cabeça, usávamos coroas de papel! E furávamos cartões que davam chocolates…
A CIC, a feira anual da Associação Comercial e Industrial de Coimbra, era assim quando eu era criança. Tinha lugar na Solum. Fechava-se toda a Praça Heróis do Ultramar para receber aquele mar de gente que, noite após noite, inundava o certame.
O pessoal do Bairro fazia na CIC o seu passeio depois de jantar. Havia sempre tanta gente que eu, miúda, temia perder-me dos meus entes queridos. Mas, quando havia alguém a liderar “a revolta”, eu também corria que nem doida por entre as pernas dos transeuntes…
Alguém esteve lá a correr comigo???

terça-feira, outubro 03, 2006

O petróleo d' O Bairro

Tinha seis anos quando conseguimos pôr electricidade em casa. Sim, vivi toda a minha vida em Coimbra! E não, não tenho cem anos! Isto passou-se nos anos 80, ali para os lados dos Olivais.
Até aos seis anos, “sobrevivíamos” com candeeiros de petróleo. E de onde vinha o petróleo? Nessa altura eu não sabia o que era o Médio Oriente e, para mim, o petróleo vinha do Bairro Norton de Matos!
De tempos a tempos, a minha mãe informava a casa de que a reserva de petróleo estava a terminar e por isso “temos de ir ao Bairro” (ainda hoje é “O Bairro”!)
Naquele tempo, o Bairro era MUITO longe. Tínhamos de apanhar dois autocarros (salvo erro) e depois atravessar a linha a pé! Ou estou muito enganada ou ainda nem havia viaduto! Bom, sei que, de garrafões na mão, aquelas “viagens” eram verdadeiras excursões!
Quando cresci e me apercebi que o Bairro era a uma meia hora a pé da minha casa… fiquei MUITO abalada! LOL