sexta-feira, outubro 31, 2008

Coimbra Antiga

domingo, outubro 12, 2008

As doçuras de Coimbra

Coimbra não é só "Coimbra dos amores"! Também foi (espero bem que ainda seja) Coimbra das doçuras. Estou a referir-me à pátria das arrufadas e por isso podemos considerar que Coimbra também é uma lição... de doçura! Mas já não há vendedeiras de arrufadas pelas ruas da cidade, ou na estação velha, à passagem dos comboios com aquele pregão característico "Arrufááááda de Coiiiimbraaa". Até já fecharam as lojas do Arco de Almedina ou das Mijadinhas na Praça Velha. Tento por isso recordar um pouco a história que remonta ao século XVIII, onde já um professor de Teologia escreveu um curioso "Suplício dos Doces", onde os doces de Coimbra são julgados num tribunal académico, pelo mal que faziam aos estudantes.
Mas o nosso poeta simbolista-parnasiano Alberto Osório de Castro não quiz saber desse julgamento e glosou desta maneira:
"O duplo manjar branco do seu seio,
Biquinhos de um dourado de arrufada
Tinham mais mel e mais fino recheio
Que os pastéis de Tentúgal e queijada.

"Mas nem os pastéis de Santa Clara, nada,
No vale de Coimbra, claro rio a meio,
Tinha o sabor dos bicos de arrufada
Do duplo manjar branco do seu seio.

Ó Coimbra, iniciadora de rapazes!"