terça-feira, março 06, 2007

Hospital dos Lázaros

Durante a Idade Média, D. Sancho I deixou em testemunho dez mil morabitinos para a fundação dum hospital para acolher os doentes leprosos. Era, desta forma, fundado em Coimbra o Hospital-Gafaria de São Lázaro.
O Hospital, situado próximo da antiga Porta de Santa Margarida - entre a Rua da Figueira da Foz e a Av. Fernão de Magalhães (onde ainda se vê em ruínas) – sobreviveu à Carta Régia de 22 de Outubro de 1508 de D. Manuel I que extinguiu vários hospitais de Coimbra (por estarem desactualizados, serem pequenos e terem administrações indisciplinadas). E em 1774, o Marquês de Pombal, no âmbito da Reforma da Universidade, determinou que ele fosse administrado pela Universidade.
Já em 1836, o Hospital de São Lázaro foi transferido para o Colégio de S. José dos Marianos (actual Hospital Militar). Mas esta não seria a última mudança. Em 1851, os doentes leprosos que estavam naquele local, transitaram para o Colégio de S. Jerónimo e, em 1853, para o Colégio das Ordens Militares, conhecido depois por Hospital dos Lázaros ou do Castelo (local onde esteve localizado o castelo medieval de Coimbra).
Os Hospitais da Universidade de Coimbra iniciaram a sua existência conjunta no ano de 1870, altura em que passaram ocupavam 3 edifícios da Alta da cidade: São Jerónimo, Colégio das Artes e Castelo ou Lázaros, tendo este último mantido sempre a sua vocação de “ala” de doenças infecto-contagiosas.
A longa história do Hospital dos Lázaros termina em 1961, altura em que foi destruído para a construção da cidade universitária, nascendo no seu lugar a Faculdade de Matemática. Do edifício do Colégio e da sua vedação em ferro forjado, resta apenas um enorme portão, hoje visível no Hospital velho, em Celas.

Quem quiser recordar o tratamento dos leprosos em Coimbra, pode também participar na Feira dos Lázaros, reposta pelo Grupo Folclórico da Casa do Pessoal da Universidade de Coimbra em 1991, no Largo D. Dinis. Em 1996, o Grupo Folclórico de Coimbra recuperou também uma tradição que remonta à década de 40, altura em que a feira viria a ser organizada no Bairro de Celas, pelos moradores que tinham sido desalojados da Alta.
A tradição nasceu porque o penúltimo Domingo antes da Páscoa, que a Igreja dedica a recordar a ressurreição de Lázaro, a população conimbricense acorria em massa a visitar os doentes deste hospital popularmente designado por Lázaros. No largo fronteiro ao hospital, juntavam-se vendedores de diversos produtos que os visitantes adquiriam para oferecer aos doentes ou levar para suas casa. Ali se fazia a venda de doces e brinquedos. O produto mais característico era constituído pelas galinhas feitas com massa de pão e enfeitadas com penas que acabaram mesmo por ser designadas por Lázaros.

3 Comments:

Blogger Tozé Franco said...

É com muito gosto que acito o convite para colaborar aqui.
Obrigado.

12:00 da manhã, março 07, 2007  
Blogger SoNosCredita said...

:)
andas a trabalhar!

11:08 da manhã, março 09, 2007  
Blogger Tozé Franco said...

O endereço é o seguinte:
tozefranco@sapo.pt
Um abrçoi e boa semana.

11:25 da tarde, março 11, 2007  

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